sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lactivista.com: COLOSTROTERAPIA

Lactivista.com: COLOSTROTERAPIA: você sabe o que é colostroterapia? veja acima uma síntese sobre o assunto e as principais referências que a embasam.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quando o bebê engasga, o que fazer?


É muito importante saber o que fazer quando o bebê engasga, não é mesmo?
As dicas da Baby Center Brasil são muito importantes, vale a pena ler!


O que fazer quando a criança engasga
Escrito para o BabyCenter Brasil

Primeira coisa a fazer: avalie rápido a situação 

• Se o bebê não consegue chorar nem tossir, as vias aéreas podem estar fechadas, e você vai precisar ajudá-lo a voltar a respirar. Ele pode estar fazendo ruídos estranhos ou abrindo a boca sem emitir nenhum som. A pele pode começar a ficar muito vermelha, azulada ou arroxeada.

• Se o bebê estiver tossindo ou com ânsia de vômito, é boa notícia: as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas. Deixe seu filho tossir. Tossir é o método mais eficaz de desimpedir as vias aéreas.

• Não tente retirar o objeto com suas mãos, a menos que você consiga vê-lo ao abrir a boca da criança.

• Caso o bebê não consiga se desengasgar, grite e peça ajuda a alguém para levá-los ao pronto-socorro, e comece a fazer as tentativas de desengasgo (ver abaixo). Se estiver sozinha em casa com o bebê, tente desengasgá-lo por dois minutos e então telefone para alguém para pedir ajuda.

• Se seu filho parece estar engasgado mas você não viu se ele colocou alguma coisa na boca, e ele não estava comendo, leve-o ao hospital imediatamente. Ele pode estar com uma reação alérgica a algum alimento ou uma picada de inseto, por exemplo, ou com alguma infecção, como a laringite



Segunda coisa a fazer: batidas nas costas e compressões no peito 


Se você acha que seu filho está mesmo com alguma coisa presa na garganta, sente-se e o coloque de barriga para baixo sobre suas coxas, com a cabeça voltada para os seus joelhos. Segure-o por baixo, mantendo o antebraço sob a barriga dele e usando sua mão para sustentar a cabeça e o pescoço. Deixe que a cabeça do bebê fique mais baixa que o resto do corpo. Com a outra mão, dê cinco tapas firmes, mas não com muita força, nas costas da criança, entre as omoplatas.

Em seguida, coloque essa mão livre na cabeça do bebê, com o antebraço sobre as costas dela, e vire-a devagar, ainda mantendo a cabeça mais baixa que o corpo, na mesma posição, no seu colo. Continue segurando, para dar início às compressões no peito.

Imagine uma linha ligando os dois mamilos do bebê e posicione dois ou três dedos, juntos, um pouco abaixo dessa linha, no centro do tórax dele. Faça uma pressão rápida, para que o peito afunde cerca de 2 cm, e deixe que ele volte à posição normal. Repita cinco vezes, sem movimentos muito bruscos.

Continue alternando os cinco tapas nas costas e as cinco pressões no peito até que o objeto seja eliminado, ou que o bebê comece a tossir. Se ele começar a tossir, deixe que ele elimine o objeto sozinho.



Se o bebê desmaiar, será necessário fazer respiração boca-a-boca. Coloque-o sobre uma superfície firme e incline a cabeça dele para trás, erguendo um pouco o queixo, para abrir as vias aéreas. Dependendo do tamanho do bebê e de quem faz a respiração, pode-se colocar a boca sobre o nariz e a boca do bebê ao mesmo tempo e soprar, ou então cobrir só a boca do bebê e tampar o nariz dele com as mãos.

Procure selar sua boca na dele para que o ar não escape, e sopre com vigor. O ideal é que você sinta o peito da criança inchar com o ar lançado para os pulmões dela. Deixe o peito voltar à posição normal e sopre de novo. Mesmo que o peito do bebê não se encha, continue fazendo a respiração.



Alterne duas respirações e 30 compressões rápidas no peito (ao ritmo de 100 compressões por minuto), com os dedos no centro do tórax, até chegar ao pronto-socorro ou conseguir ajuda especializada. Durante a operação, abra a boca do bebê para ver se consegue enxergar o objeto. Se conseguir, retire-o com os dedos.

Mesmo que o bebê se recupere completamente do episódio, leve-o ao médico no mesmo dia. 

Devo tomar cuidado com alguma coisa especial? 

Segundo os especialistas, os maiores causadores de episódios de engasgo são:
- Caroço de feijão, de arroz e pedaços de fruta, como maçã (mas isso não quer dizer que você não deva dar esses alimentos ao bebê -- apenas mantenha-se atenta enquanto ele come)
- Peças pequenas que se desprendem de brinquedos
- Bolinhas de gude
- Pilhas e baterias
- Tampas de caneta
- Moedas e botões
- Parafusos
- Balas 

Como desengasgar crianças maiores? 

Em crianças que já ficam em pé, a manobra é um pouco diferente:

- Mantenha a criança em pé e posicione-se atrás dela como se fosse abraçá-la pelas costas.
- Junte suas duas mãos, uma por cima da outra, abraçando a criança, e coloque-as na região logo acima do umbigo.
- Faça pressões rápidas na barriga para dentro e para cima, por seis a dez vezes.

Essa técnica também funciona para desengasgar adultos. http://brasil.babycenter.com/baby/protecao/engasgo/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Carregar bem juntinho!

De uma forma simples com qualquer pano macio e resistente, podemos colocar o bebê junto ao corpo da mãe para que ele possa mamar ou passear, sendo excelente para estar muito próxima ao bebê em várias situações.


Como amarrar o Wrap Sling (Pano)
Posição básica no wrap, peito a peito, vertical. Recomendado para recém-nascidos, prematuros e bebês maiores. Se você usa o sling a primeira vez começe com esta posição! Ela é mais segura que a posição deitado, fácil de aprender e mais confortavel para o bebê e quem carrega.
Respeite sempre as regras básicas de carregar bebês :

- A posição fisiologica do bebê é de cócoras tanto no sling como nos braços.
- Coluna arredondada, em forma de C.
- Bacia voltada para dentro.
- Joelhos na altura do umbigo.
- Amarração firme.
- Carregar principalmente na vertical (peito a peito).
- Bebê na horizontal é reservado somente para amamentação.
- Cobrir sempre de um joelho ao outro, os ombros até atrás da nuca.
- Quando bebê souber sentar sozinho seus ombros podem ficar descobertos.
- Deixe os pés do bebê livres.
- Carregue bebê na altura de beijinhos.
- Carregar face ao mundo é aconselhavél somente alguns minutos.
- Carregar bebê face ao mundo não é fisiológico.
- Face ao mundo bebê recebe estimulos impróprios para sua idade.
- Cubra a cabeça do bebê somente quando ele dormir. 
Esta forma se recomenda para Bebês entre 2 e 18 meses, ou enquanto seja confortável para a mãe. Para o uso com recém-nascidos, as pernas podem ser colocadas por dentro do pano.
Em seguida o link de vídeos de como usar.
http://www.slingando.com/index.php/Como-amarrar-o-Wrap-Pano.html




AMO MEUS FILHOS!!!!

Já carreguei um lindo bebê no meu ventre ( um não, três rsrsrs). Senti mexer dentro de mim. Acordei durante a noite só para o ouvir e olhar, confortei-o junto ao meu coração, sacrifiquei o meu corpo para ter as marcas da maternidade... não sou perfeita, mas quando me olho no espelho sinto orgulho de ser a mãe que me tornei!!! É a melhor sensação que já senti até hoje!! Eu tenho
 orgulho e prazer de ser Mãe.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Dar o peito ou Amamentar"? O que está por trás destas palavras?


Por Diane Wiessinger, MS, IBCLC 
(Reproduzido do Journal of Human Lactation, Vol. 12, N. 1, 1996) 
Traduzido por Julia Aidar

“A verdade é que amamentar não é nada mais do que normal. A alimentação artificial, que não é nem igual, nem superior, é, portanto, deficiente, incompleta e inferior. São palavras difíceis, mas elas têm seu lugar em nosso vocabulário.” 

A consultora de amamentação diz: “Você tem a melhor oportunidade de dar o melhor começo possível para a vida do bebê, através do laço especial da amamentação. As vantagens são maravilhosas para você e para o bebê e durarão a vida toda.” E a mãe dá mamadeira. Por quê? 

Em parte, porque esse tom de marketing poderia muito bem estar em um folheto de propaganda de leite em pó. Se o nosso linguajar e o da indústria das fórmulas infantis são equivalentes, alguém está fazendo a coisa errada... E provavelmente não são as multinacionais. Alguns exemplos de palavras e frases que eu acredito que sabotam nossas boas intenções sempre que são usadas: 

“Melhor possível, ideal, ótimo, perfeito”. Você é o melhor pai/mãe possível? A vida em sua casa é ideal? Você faz refeições ótimas? É claro que não. São objetivos admiráveis, não padrões mínimos. Se reescrevermos: Sua atuação como pai/mãe é inadequada? A vida em sua casa é pior do que o que seria normal? Você oferece refeições deficientes? Assim, dói. Você pode não esperar ficar muito acima do normal, mas com certeza não quer ficar abaixo do normal. 

Quando nós (e os fabricantes de leite artificial) dizemos que a amamentação é a melhor maneira possível de alimentar bebês, porque é o alimento ideal, perfeitamente balanceado para uma nutrição infantil ideal, a resposta lógica é: “E daí?” Sabemos por experiência que o ideal não é necessário. Ser normal é suficiente - e essa apresentação da amamentação deixa subentendido que a alimentação artificial é absolutamente normal e, portanto, segura e adequada. A verdade é que amamentar não é nada mais do que normal. A alimentação artificial, que não é nem igual, nem superior é, portanto, deficiente, incompleta e inferior. São palavras difíceis, mas elas têm seu lugar em nosso vocabulário. 

Vantagens. Quando falamos das vantagens da amamentação - a “menor incidência” de câncer, o “risco reduzido” de alergias, a ligação “mais desenvolvida” com a mãe, o sistema imunológico “mais forte” - reforçamos mais uma vez a mamadeira como a norma aceita e aceitável. 

Comparações em saúde costumam usar uma norma biológica, não cultural, seja o desvio prejudicial ou positivo. Fumantes têm maior incidência de doenças; o aumento de ácido fólico no período pré-natal pode reduzir defeitos congênitos. Como a amamentação é a norma biológica, bebês amamentados não são “mais saudáveis”, são os bebês alimentados artificialmente que ficam doentes mais vezes e mais gravemente. Bebês amamentados não “cheiram melhor”, é a alimentação artificial que resulta em um odor anormal e desagradável que reflete problemas intestinais do bebê. Não se pode querer criar uma cultura de amamentação se não insistirmos na amamentação como modelo de saúde, tanto na linguagem quanto na literatura. 

Não podemos deixar que as inversões feitas pela mídia e por nossos colegas passem em branco. Quando deixamos de descrever os perigos da alimentação artificial, privamos as mães de informações fundamentais para suas decisões. A mãe que tem dificuldades para amamentar pode não procurar auxílio para conseguir simplesmente um “bônus especial” - mas ela gritará por ajuda se souber o quanto ela e o bebê podem perder. Não será tão fácil para ela usar leite artificial somente para “acostumá-lo à mamadeira”, se souber que o conteúdo da mamadeira faz mal. 

Em nenhuma área se preserva com tanto cuidado a ilusão da normalidade da mamadeira quanto em discussões sobre desenvolvimento cognitivo. Quando pergunto a grupos de profissionais de saúde se conhecem estudos sobre o uso de tabaco pelos pais e sua associação com o QI (1), alguém sempre me diz que os filhos de mães fumantes tinham “QIs mais baixos”. Quando pergunto sobre o estudo de bebês prematuros alimentados com leite humano ou leite artificial (2), alguém sempre sabe que os bebês alimentados com leite humano eram “mais inteligentes”. Nunca vi nenhum desses dois estudos apresentado de forma diferente pela mídia, nem pelos próprios autores. E até os profissionais de saúde ficam chocados quando eu reformulo os resultados usando a amamentação como padrão: as crianças que receberam leite artificial, assim como os filhos de fumantes, tinham QI menor. 

A inversão da realidade fica ainda mais enganosa quando se usa porcentagens, porque os números mudam dependendo do que se usa como padrão. Se B é igual a 3/4 de A, A é igual a 3/4 de B. Se A for escolhido como padrão, B é 25% menor. Mas se B for o padrão, A será 33,3% maior. Assim, se algo custa 100 e é colocado em liquidação com “25% de desconto”, o preço passa a ser 75. Quando a liquidação acaba e o item é remarcado, o preço precisa subir 33,3% para chegar novamente a 100. Esses mesmos números aparecem em um estudo recente(3), que encontrou uma “diminuição de 25%” nas taxas de câncer de mama em mulheres que foram amamentadas na infância. Se reformularmos usando a amamentação como padrão, houve um aumento de 33,3% na incidência de câncer de mama em mulheres alimentadas artificialmente. Imagine a diferença de impacto entre estas declarações no público. 

Especial. “A amamentação é um relacionamento especial.” “Faça um cantinho especial para amamentar.” Em minha família, refeições especiais exigem mais tempo. Ocasiões especiais significam mais trabalho. Ser especial é bom, mas é complicado, não é parte do dia-a-dia, e não é o que queremos fazer toda hora. Para a maioria das mulheres, a amamentação precisa se encaixar facilmente em uma vida agitada - o que acontece, é claro. “Especial” é um conselho para desmamar, não para amamentar. 

Amamentar é o melhor; leite artificial é o segundo melhor. Não é o que diz a Organização Mundial da Saúde. A hierarquia deles diz: 1) amamentar; 2) o leite da mãe ordenhado e oferecido ao bebê de outra maneira; 3) o leite de outra mãe humana; e 4) fórmulas de leite artificial (4). É preciso ter essa ordem claramente em nossa cabeça e transmiti-la claramente para os outros. “A segunda melhor opção à própria mãe” vem de um seio, não de uma lata. A amostra grátis tão chamativa na estante do pediatra é somente a quarta melhor solução para problemas de amamentação. 

Existe a necessidade de fórmula comum em algumas situações. Mas isso é somente porque não temos bancos de leite humano. A pessoa que precisa de mais sangue não procura um substituto de quarta categoria: há bancos de sangue que oferecem sangue humano para serem humanos. Ela não precisa ter uma doença especial para poder recebê-lo. Precisa somente ter falta de sangue em seu corpo. Entretanto, somente os bebês que não conseguem tolerar a quarta opção têm o privilégio de conseguir a terceira. Fico imaginando o que acontecerá quando for inventado um sangue artificial relativamente barato que ofereça riscos à saúde consideravelmente maiores do que o sangue de doadores. Quem será considerado tão pouco importante a ponto de poder recebê-lo? Quando estivermos usando leite artificial com uma cliente, é bom dizer a ela e a seus profissionais de saúde que deveria haver bancos de leite humano. Há mais chance de os bancos de leite virem a fazer parte de nossa cultura se eles chegarem a fazer parte de nossa língua. 

Não queremos que as mães que dão mamadeira se sintam culpadas. A culpa é um conceito que muitas mulheres abraçam automaticamente, mesmo quando sabem que as circunstâncias estão verdadeiramente fora de seu controle. (Minha mãe se desculpava pelo clima.) 

A presunção (quase) automática de culpa pelas mulheres fica evidente em suas respostas a este cenário: Suponha que você fez uma aula de aerodinâmica. Você também viu pilotos pilotarem aviões. Agora, imagine que você é o passageiro em um avião de dois lugares. O piloto tem um enfarte, e você tem que assumir. O avião cai. Você se sente culpado? 

Os homens me respondem: “Não. Saber aerodinâmica não significa que eu consigo pilotar um avião.” “Não, porque fiz o que pude.” “Não. Poderia me sentir muito mal pelo avião e pelo piloto, mas não me sentiria culpado.” “Não. É complicado pilotar um avião, mesmo para quem já viu outra pessoa fazendo.” 

O que dizem as mulheres? “Não me sentiria culpada pelo avião, mas provavelmente pelo piloto, porque havia uma pequena chance de que eu conseguisse aterrissar o avião.” “Sim, porque cobro muito meus próprios erros. Sentir-me mal ou sentir-me culpada são sentimentos que se misturam para mim.” “Sim, quero dizer, é claro. Sei que não deveria, mas provavelmente me sentiria culpada.” “Matei mais alguém? Se eu não matar outra pessoa, não me sentiria culpada.” Observe a expressão “meus erros”, “sei que não deveria” e “matei alguém?” em uma situação sobre a qual essas mulheres não teria controle algum! 

A mãe que opta por não amamentar, ou que não o faz pelo tempo que planejou, esta fazendo o melhor que pode com os recursos disponíveis. Ela pode ter tido a aulinha que diz que “amamentar é melhor” (o curso de aerodinâmica) e pode ter visto algumas mães amamentando no shopping (algo como assistir o trabalho do piloto na telinha do avião). É óbvio que isso não é informação nem treino suficiente. Mas mesmo assim ela poderá se sentir culpada. Ela é mulher. 

A maioria de nós já viu mães bem informadas lutarem sem sucesso para estabelecer a amamentação, e passarem para a mamadeira com resignação, porque sabem que fizeram o melhor que podiam. E também já vimos mulheres não tão bem informadas que depois esbravejam contra um sistema que não lhes ofereceu os recursos que só mais tarde descobriram que precisavam. Ajude uma mãe que diz se sentir culpada a analisar seus sentimentos, e talvez você descubra uma emoção bem diferente. Há muito tempo, alguém ofereceu a essas mães a palavra “culpa”. Essa palavra está errada. 

Tente isto: Você ficou paralítico em um acidente grave. Seus médicos e fisioterapeutas explicam que aprender a andar novamente exigiria meses de um trabalho extremamente doloroso e difícil, sem garantia de sucesso. Eles ajudam na adaptação à vida em cadeira de rodas, e dão apoio durante as dificuldades que surgem. Vinte anos mais tarde, quando suas pernas se atrofiaram além de qualquer esperança, você encontra alguém que teve um acidente exatamente como o seu. “Foi difícil”, ela diz. “Foram três meses em um inferno. Mas desde então, eu posso andar.” Você se sentiria culpada? 

As mulheres para quem eu apresentei essa situação me disseram que se sentiriam com raiva, traídas, enganadas. Que gostariam de poder voltar atrás e ter mais informação. Que lamentariam as oportunidades perdidas. Algumas disseram que se sentiriam culpadas por não terem procurado mais opiniões, ou por não terem insistido mesmo sem informação nem apoio. Mas, colocando de lado a culpa de gênero, não nos sentimos culpados por termos sido privados de um prazer. A mãe que não amamenta prejudica sua própria saúde, aumenta a dificuldade e os custos da criação do bebê e da criança, e abdica de um dos relacionamentos mais maravilhosos de uma vida. Ela perdeu algo que seria básico para seu próprio bem-estar. Qual é a imagem que transmitimos das satisfações da amamentação quando usamos a palavra “culpa”? 

Vamos reformular, usando palavras que ouvi de mulheres: “Não queremos que as mães que usam mamadeira sintam raiva. Não queremos que elas se sintam traídas. Não queremos que elas se sintam enganadas.” Retirando as camadas de subentendidos da frase “não queremos que se sintam culpadas”, encontramos um sistema tentando encobrir seu rastro. É a si mesmo, e não a ela, que tenta proteger. É preciso ficar no mesmo nível que as mães, apoiá-las quando a amamentação não funciona, e ajudá-las a superar essa palavra imprecisa e ineficaz. 

Prós e contras, vantagens e desvantagens. A amamentação é uma questão de saúde clara, não uma de duas opções equivalentes. “Uma desvantagem de não fumar é que é mais provável que você se incomode em ser fumante passivo. O fumo tem a vantagem de contribuir para a perda de peso.” A verdadeira questão é a diferença de morbi-mortalidade. O resto - quer falemos de tabaco ou de fórmulas comerciais - é fumaça. 

Uma maternidade usa uma abordagem “equilibrada” em um “cartão de preferência alimentar para o bebê” (5) que coloca fezes sem odor e o retorno do útero ao tamanho normal dentre as cinco linhas de vantagens da amamentação. (Isso significa que o útero de uma mãe que oferece mamadeira nunca volta ao normal?) Seios vazando e a impossibilidade de saber o quanto o bebê mamou são algumas das quatro linhas de desvantagens. Uma das vantagens de oferecer fórmula é que algumas mães se sentem “menos inibidas e envergonhadas”. A maternidade diz que houve boa aceitação pela equipe pediátrica e que não houve alterações consideráveis nas taxas de amamentação ou uso de mamadeira. Não chega a ser uma surpresa. Essas informações não diferem muito das listas “equilibradas” repetidas há anos pelos vendedores de fórmula. O efeito comercial é provavelmente ainda melhor, porque traz bem claro o endosso do hospital. “Plenamente informada”, agora a mãe se sente confiante para tomar uma decisão de saúde de influência vitalícia, baseada na comparação do cheiro das fraldas e na quantidade de pele exibida durante uma mamada. 

Por que as empresas de fórmulas comerciais oferecem listas com prós e contras, que incluem algumas das desvantagens de seus produtos? Porque qualquer abordagem “equilibrada”, apresentada em uma cultura fortemente tendenciosa, vai automaticamente pender para o lado mais forte. Se A e B são praticamente equivalentes, e se mais de 90% das mães acabam escolhendo B, como fazem as mães dos Estados Unidos (de acordo com uma pesquisa entre mães não-publicada de 1992, feita pelos Laboratórios Ross, que indicou que menos de 10% das mães americanas continuava amamentando depois de um ano), faz sentido seguir à maioria. Se houvesse uma diferença importante, com certeza o profissional de saúde faria questão de não se abster durante o processo de decisão. 

É uma escolha dos pais. Verdade. Mas retirar-se deliberadamente do processo deixa subentendido que a lista “equilibrada” estava certa. Em uma edição recente da revista Parenting, um pediatra comenta que “Na minha primeira visita a uma mãe no hospital, eu pergunto: “Você vai amamentar ou dar mamadeira?” Se ela diz que vai dar mamadeira, eu aceno com a cabeça e prossigo com as próximas perguntas. Apoiar os pais significa apoiar todas as suas escolhas; você não pode entrar no pós-parto e dizer para alguém que ela está cometendo um grande erro, privando a si e ao seu filho.” (6) 

Entretanto, se uma mulher disser a seu médico durante um exame físico de rotina que ela começou a fumar há alguns dias, ele fará com que ela entenda os riscos, raciocinando que este seria o momento mais fácil para ela mudar de idéia. É hipócrita e irresponsável ter uma posição clara sobre o fumo e “deixar os pais decidirem” sobre a amamentação, sem antes estar certo de que estão bem informados. As opções da vida nem sempre são do indivíduo. Isso não significa que suas fontes de informação devam ser mudas, ou que os pais que optam pela mamadeira sejam privados de informações que poderiam resultar em uma decisão diferente com um próximo filho. 

Amamentar. A maioria dos outros mamíferos nunca chega sequer a ver seu próprio leite, e eu duvido que qualquer outro mamífero “alimente” deliberadamente sua cria baseando os intervalos das mamadas na sua avaliação do provável nível de fome do bebê. Amamentar acalma a cria e com certeza é prazeroso. Somos o único mamífero que usa conscientemente a amamentação para transferir calorias... e somos os únicos que temos problemas crônicos com essa transferência. 

As mulheres podem dizer que “deram peito” (breastfed) por três meses, mas normalmente dizem que “amamentaram” (nursed) por três anos. Uma amamentação fácil e de longa duração exige que se esqueça o “peito” e a “alimentação” (e a duração, e o intervalo, e a transmissão dos nutrientes corretos nas quantidades adequadas, e a diferença entre sucção nutritiva e não-nutritiva, tudo o que está no foco dos panfletos de leite artificial) e se concentre no relacionamento. Vamos dizer às mães que esperamos que elas não “dêem o peito”, que as verdadeiras alegrias e satisfações da experiência começam quando param de “dar o peito” e começam a ser mães com a amamentação. 

Todos em nossa profissão queremos que a amamentação seja o ponto de referência biológico. Queremos que ela seja a norma cultural, que o leite humano esteja disponível para todos os bebês, independentemente das circunstâncias. O primeiro passo, crucial para atingirmos esses objetivos, está ao alcance imediato de todos nós. Só precisamos tomar cuidado com a língua. 

Referências 

Olds D. L., Henderson, C. R. Tatelbaum, R.: Intellectual impairment in children of women who smoke cigarettes during pregnancy. Pediatrics 1994; 93:221-27. 
Lucas, A., Morley, R., Cole, T.J., Lister, G., Leeson-Payne, C.: Breast milk and subsequent intelligence quotient in children born preterm. Lancet 1992; 339 (8788): 261-64. 
Fruedenheim, J.L., Graham, S., Laughlin, R., Vena, J.E., Bandera, E., et al: Exposure to breastmilk in infancy and the risk of breast cancer. Epidemiology 1994, 5:324-30. 
UNICEF, WHO, UNESCO: Facts for Life: A Communication Challenge. New York: UNICEF 1989; p. 20. 
Bowles, B.B., Leache, J., Starr, S., Foster, M.: Infant feeding preferences card. J Hum Lact 1993; 9: 256-58. 
Klass, P.: Decent exposure. Parenting (May) 1994; 98-104. 

Web http://bobrow.net 
Copyright Kimberly Bobrow Jennery, 1997-2006 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Quando é necessário fazer cesariana?


Indicações para uma cesariana!

Conheça os principais motivos alegados pelos médicos – e entenda porque nem todos eles significam que a cesárea seja, de fato, a única opção

Livia Valim, especial para o iG São Paulo 02/02/2011 12:30
O Brasil é recordista mundial em número de cesarianas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que 15% dos partos sejam feitos desta forma, na rede médica particular brasileira este número chega a 84%, segundo dado da Agência Nacional de Saúde. As razões são muitas: desde remuneração insuficiente por parte dos convênios aos médicos que fazem parto natural até o medo das dores do parto. No entanto, o parto normal tem várias vantagens, como recuperação mais rápida e menos dolorida da mãe, menor risco de infecções e hemorragias e menor risco de dificuldade respiratória no bebê. O mais importante é que a escolha seja feita pela principal personagem desta história: a mãe.
“Como donos da informação, muitos obstetras não admitem questionamentos”, diz a ginecologista e obstetra Melania Amorim. “É difícil argumentar quando não se tem essas informações. Afinal de contas, quem está dizendo isso é o médico em quem a mulher confia e que acompanhou todo o pré-natal”, completa a obstetra Andrea Campos.
Foto: Getty Images
Nem sempre os dignósticos significam que a única saída é a cesárea
Os argumentos listados abaixo são comumente ouvidos pelas gestantes, mas nem sempre significam que à mãe só resta a opção da cesárea. Use toda informação a seu favor – até para encontrar um obstetra alinhado com seus objetivos. O ideal é que, em cada caso abaixo, o médico seja claro em relação às porcentagens reais de risco e ofereça informações completas para a escolha da mãe.
“O bebê está com o cordão enrolado”
“A ocorrência é muito comum e acomete até 40% dos partos”, conta Melania. Só que o diagnóstico de circular de cordão – quando o cordão umbilical está enrolado em qualquer parte do corpo do bebê – não é determinante, porque ele se mexe dentro da barriga o tempo todo. A ultrassonografia pode mostrar uma circular que irá se desfazer e o bebê nascer sem circular – ou, ao contrário, o bebê pode não apresentar circular no ultrassom e nascer com circular. “O bebê não ‘respira’ como nós, ele está em um meio líquido, seu pulmão é fechado e sua oxigenação é através do cordão umbilical. Ao nascer e observar a presença de circular, apenas retira-se, como um ‘cachecol’, pela cabeça ou corpinho”, explica a obstetra Mariana Simões.
“Você está com a pressão alta” ou “Você está com a pressão baixa”
A pressão baixa é comum na gravidez, não requer nenhuma medida drástica. Já a pressão alta pode levar a uma interrupção da gestação – não necessariamente cirúrgica. “Isso pode ser feito através da indução de um parto normal”, explica a Andrea Campos. Os obstetras podem se utilizar de hormônios ou procedimentos mecânicos, como o rompimento artificial da bolsa ou exames de toque vigorosos.
“O bebê não está encaixado”
O posicionamento correto do bebê pode acontecer só durante o trabalho de parto. São as contrações efetivas que fazem com que ele “desça” e se encaixe.
“O bebê passou do tempo”
“Bebês não ‘passam do tempo’, apenas têm um tempo diferente de maturidade. Segundo estudos mais recentes, após 41 semanas e 1 dia deve haver acompanhamento, mas não interrupção com cesárea”, diz Mariana. De qualquer forma, mesmo nestes casos a solução não é só a cesárea – também dá para acelerar ou induzir o trabalho de parto.
“Os batimentos do bebê estão acelerados”
Bebês dormem e se movimentam. Como nós, se dormimos ou estamos em repouso, há uma queda do batimento. Se nos agitamos, os batimentos se aceleram. Agora, se há uma aceleração persistente e foram excluídas causas fisiológicas – como taquicardia ou febre da mãe – pode ser indício de sofrimento fetal. “Neste caso, a cesariana pode ser necessária”, alerta Andrea.
“A cabeça do bebê é muito grande”
A desproporção céfalo-pélvica é um motivo real para escolher pela cesariana, mas o problema está no diagnóstico. “Muitas vezes usa-se esta desculpa antes do trabalho de parto, mas só dá para saber que existe a desproporção durante o trabalho de parto”, conta Melania. O problema acontece quando a cabeça do bebê não consegue passar pela parte mais estreita da bacia da mãe, mesmo quando a dilatação do colo uterino já é total. Por isso, é recomendável que mesmo quem opta pelo parto normal tenha uma estrutura de hospitalar à disposição.
“O bebê é muito grande”
A ultrassonografia não é precisa para determinar o peso do bebê. Mesmo assim, bebês com mais de 4 kg ainda podem nascer de parto normal. “Desde que a mãe não tenha uma diabetes descompensada, isso não é problema. O bebê geralmente tem o tamanho que passaria pela pelve”, conta Andrea.
“Você já fez uma cesárea anteriormente”
Muitas mulheres ficam surpresas e não acreditam que, mesmo depois de terem passado por uma cesárea, podem ter o segundo filho de parto normal. “Com até duas cesáreas anteriores, os riscos reais em trabalho de parto natural (sem indução farmacológica) é de cerca de 0,5%. Já com três cesáreas anteriores, pode-se haver até 5% de riscos de ruptura uterina e esse número para a medicina é considerado um valor alto”, descreve Mariana.
“Você não tem dilatação”
Antes do trabalho de parto, é normal não haver dilatação. Em geral, o colo só se dilata significativamente durante o processo. O que caracteriza o trabalho de parto são as contrações regulares a cada três minutos, com duração de em média três minutos. Antes disso, não há razão para esperar uma dilatação.
“Você está constipada”
“A constipação intestinal não exerce nenhuma influência sobre o parto”, garante Andrea. Nesses casos, complicações da cesárea podem agravar o quadro, já que o intestino pode ficar paralisado por algum tempo.
"O período expulsivo está demorando muito"
O período expulsivo é a segunda fase do parto natural. Ele vai da hora em que a dilatação está completa até o momento em que o bebê efetivamente nasce. Os limites toleráveis para a duração do período expulsivo são muito variáveis. “Há quem indique cesárea depois de 30 ou 40 minutos de período expulsivo. Mas, com analgesia, o ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists) considera segura uma duração de até 3 horas. Sem analgesia, 2 horas”, explica Melania. Antes disso, outras medidas podem ser tomadas, como a prescrição de ocitocina (hormônio que acelera as contrações), vácuo-extração ou fórceps. “Mas eu diria que só chegar a período expulsivo hoje no Brasil é uma vitória. A maioria das cesáreas são eletivas, realizadas antes do trabalho de parto”, lamenta Melania. E, consequentemente, antes de ser possível avaliar a real necessidade da intervenção cirúrgica.

Quando a cesárea necessária
Existem, sim, muitos casos em que ela pode salvar a vida da mãe e do feto. Mas a maioria das justificativas aparecem só durante o trabalho de parto. E mesmo as cesáreas eletivas – ou seja, marcadas – podem esperar este momento para ter certeza que o bebê está pronto para vir ao mundo. Veja alguns motivos que podem levar à cesariana e entenda porque, nestes casos, a intervenção cirúrgica é melhor:
- Estado Fetal Intranquilizador (sofrimento fetal): quando o bebê não está bem e o nascimento precisa ocorrer prontamente – e a cesárea é a via de parto mais rápida.
- Apresentação córmica: quando o bebê está atravessado no momento do trabalho de parto.
- Hemorragias maternas no final da gravidez: podem ocorrer por descolamento da placenta (quando a placenta descola antes de o bebê nascer) ou placenta prévia (quando a placenta recobre o colo do útero). As duas pedem uma cesárea. Mas sangramentos pequenos podem acontecer também pela dilatação do colo do útero e, neste caso, não há necessidade de cirurgia.
- Mãe portadora do HIV: pesquisadores do International HIV Group analisaram diversos estudos e concluíram que as chances de transmissão do vírus da mãe para o bebê diminui em 50% se feita a cesariana programada.

- Apresentação pélvica em primigesta (bebê sentado em mulheres que nunca pariram): o bebê pode nascer sentado, mas nestes casos o risco relativo do parto normal é maior que o da cesárea.
- Herpes genital com lesão ativa: há maior chance de o bebê se infectar durante o parto normal do que na cesariana eletiva.
- Prolapso de cordão: o cordão sai antes do bebê. O problema é que quando o bebê passa pelo canal, quando feito o parto normal, provoca uma pressão no cordão, impedindo a passagem de sangue para a criança.

Parto natural é três vezes mais seguro


Parto natural é três vezes mais seguro

Pesquisa da OMS mostra que cesarianas desnecessárias aumentam risco para mãe e bebê

Fernanda Aranda, iG São Paulo 15/01/2010 07:33



Foto: Getty Images
Cesarianas: nas rede privada elas já são 84% de todos os partos


Em meio à epidemia de cesarianas que enfrenta o Brasil, segundo palavras do próprio Ministro da Saúde José Gomes Temporão, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar um novo estudo sobre o risco desta opção cirúrgica, quando feita sem necessidade médica: os partos naturais são quase três vezes mais seguros para mães e bebês.
A pesquisa feita com 107 mil mulheres, todas da Ásia, identificou que quando a criança nasce por meio das cesáreas sem indicação por quesitos médicos, a mortalidade da mãe, a necessidade de fazer transfusão de sangue e o encaminhamento dos bebês após o nascimento para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são 2,7 vezes com mais freqüentes.
O alerta foi feito com base em um índice alarmante: 27,3% das asiáticas avaliadas na pesquisa foram submetidas a cesarianas, taxa alta comparada aos 15% preconizados pela OMS, porém bem inferior ao índice encontrado entre as brasileiras. Do total de partos no País, 43% são cesáreas. Quando na conta entram apenas os procedimentos realizados em maternidades particulares, o registro sobe para 84%, informou ano passado a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Comissão do parto natural
O índice é recordista mundial, afirma o Conselho Federal de Medicina (CFM) e, apesar dos esforços do governo para reduzir as taxas, o efeito foi inverso. O cenário é de aumento de cesarianas já que em 2000, 80% dos partos em unidades privadas em saúde eram deste tipo.
Em muitos casos, lamentam os especialistas, a escolha pela cesárea é por motivos banais. Data de aniversário no mesmo dia do que a mãe, agendas complicadas, mês ou signo preferidos já apareceram como justificativa. Ano passado foi noticiado que alguns casais marcaram a cesárea para o dia 09/09/09 só por causa do ineditismo da data.
A atriz e apresentadora Fernanda Lima foi escalada pelo Ministério da Saúde para tentar ajudar na mudança de quadro. Na época em que estava grávida de gêmeos, ela fez propaganda sobre a importância do parto natural. A causa também virou bandeira do CFM que criou no final do ano passado uma comissão especial para cuidar do assunto.
“Fizemos um fórum em novembro de 2009 e reunimos obstetras, pediatras e mulheres para tentar reverter o quadro, em uma parceria sugerida pela ANS”, afirmou o médico pediatra José Fernando Vinagre, coordenador da Comissão de Parto Natural do CFM. “Já sabemos que para a reversão dos índices precisamos que os hospitais tenham condições de oferecer excelência no atendimento e realização do parto natural. Por isso, este ano, começamos a visitar as maternidades por todo País e vamos fazer uma ampla pesquisa com os obstetras para identificar quais são as principais demandas e falhas atuais”, completou Vinagre. A pesquisa deve ser concluída em julho e a esperança do Conselho e traçar outro paradigma de maternidade.
9 horas contra 90 minutos
Com relação aos médicos, a rotina atribulada de trabalho – mais de 70% atuam em dois ou mais empregos revelou censo feito pelo Conselho de Medicina de São Paulo – pode ser um dos motivos. É sabido que alguns trabalhos de parto chegam a durar nove horas e a maior parte das cesáreas podem ser feitas em uma hora e meia. Apesar disso, as vantagens do parto natural são incalculáveis, informa o Ministério da Saúde.
Estudos internacionais já demonstram que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas), têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo em UTIs neonatais. Além disso, no parto cirúrgico há uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo.
Males da mulher moderna
Entender os motivos que fazem as mulheres priorizarem a cesariana também foi o foco de uma enquete realizada por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Eles acompanharam de perto 23 grávidas que acabaram fazendo cesárea. Ao perguntar a opinião delas sobre o aumento crescente de mulheres que fazem uma cesárea, o principal fator foi o medo das dores do parto e o desconhecimento das vantagens do parto normal. “Algumas mulheres do setor privado destacaram a possibilidade de programar o parto devido à vida agitada da mulher contemporânea, em vez de esperar pela imprevisibilidade do parto normal”, afirmam os pesquisadores nos Cadernos de Saúde Pública, veículo em que o estudo foi publicado